A IA tem um problema de branding?

Nesta edição:

• Destaque: Você já reparou que a maioria dos logotipos de empresas de inteligência artificial são incrivelmente parecidos? Isso revela um problema mais profundo para as empresas de IA: a falta de branding.

• A Salesforce apresentou o Agentforce 3.0, nova geração de sua solução de IA com recursos como Command Center e integração com MCP. Veja essa e outras notícias.

Boa leitura!

DESTAQUE
🍑 A IA tem um problema de marca?

Você já reparou que a maioria dos logotipos de empresas de inteligência artificial são incrivelmente parecidos? Círculos com gradientes, um ponto central e elementos que irradiam do meio. O resultado? Uma estética tão genérica — e estranhamente anatômica — que um designer chegou a comparar com um ânus.

Mas a discussão vai além do design. Esses visuais genéricos estão sendo usados até por anúncios enganosos no Google, promovendo ferramentas que imitam os logos e a interface de plataformas legítimas como ChatGPT e DeepSeek. O problema é tão grave que muita gente só percebe que caiu num golpe depois de assinar a ferramenta errada.

Isso nos leva à pergunta: Será que as IAs têm um problema de branding?

Segundo Seth Godin, sim — e isso compromete sua credibilidade.

Seth é um dos principais pensadores de marketing do mundo, autor de best-sellers e referência em branding, inovação e comportamento do consumidor. Em uma entrevista recente para o podcast Rule Breaker Investing, Seth argumenta que a IA sofre de inconsistência. E isso é tudo que uma marca não pode ser.

E por que isso importa? Seth Godin faz uma analogia com o surgimento dos sites de busca. Para ele, o Yahoo! tentou ser tudo para todos. Era um portal cheio de informações, e-mail, horóscopos, mas que não representava uma ideia única na mente dos usuários.

Já o Google, com sua homepage enxuta, fazia uma promessa de marca: nós não vamos te mostrar nada a não ser o que você peça. As pessoas confiaram nessa promessa e, por isso, o Google saiu como o vitorioso na disputa pelo mercado nascente das buscas.

Voltando à IA. Para Seth, o que vemos é algo comum em tecnologias emergentes: engenheiros lançam recursos com foco no que é possível fazer, e o marketing tenta correr atrás depois.

Fim de papo: Sim, as IAs têm um problema de branding. E o vácuo deixado pelas marcas está sendo explorado, seja por anunciantes com ética duvidosa ou por escolhas de design genéricas.

O próximo espaço pelos quais as empresas de IA devem conquistar não é o avanço puramente tecnológico, mas sim a promessa que elas oferecem aos seus usuários — e entregá-las com consistência.

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